sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Segunda semana

Prontos para mais um capítulo da minha jornada pós-cirúrgica? (Ouvi muitos SIMMMMM!)
Depois de dores fortíssimas por 1 semana, os pontos que não fechavam nem com novena, enfim chegou minha segunda semana pós-cirúrgica, que também foi um pesadelo.
Comecei a me sentir muito cansada, com falta de ar constante, e cada dia mais deprimida, por pensar que essa redução seria minha salvação, e não o meu tormento. Minha prima Wanessa (que nos cedeu essa entrevista aqui) sempre muito preocupada em tentar me deixar mais calma, me contava também como foi a recuperação dela, e que eu não estava tão fora dos padrões de recuperação.
E então, mesmo sabendo que tudo isso poderia fazer parte desse processo, e a equipe pós-cirúrgica dizendo que era "normal", fui piorando a cada dia. Me sentia fraca, sem forças, e o fim para mim foi começar a tomar banho sentada, porque me cansava de tomar banho em pé. Lavar o cabelo então? Uma tortura. Se o meu banho normalmente demorava 15 minutos, nesse período demorava pelo menos 40 minutos. Eu sentia muita sede, mas não podia dar aquele gooole delícia para matar a sede, e mesmo os goles pequenos me faziam sentir dores.

Nessa segunda semana, eu já estava liberada para ingerir alimentos líquidos salgados. A primeira coisa que minha mãe fez para mim, foi um caldinho de mandioquinha que eu tomava o dia todo, por sentir tanta falta de sal.

Já dizia Jesus na bíblia: "Sal é vida".
Quem me contou sobre esse trecho foram minhas queridas primas Fernanda e Fátima Toniolo, que também merecem um post só para elas. Resumo apenas que a minha família é maravilhosa!

Fátima e Fernanda Toniolo

Voltando ao assunto, depois de 15 dias eu teria retorno com uma das médicas da equipe do pós-cirúrgico, para me avaliarem. Foi exatamente o que fiz. Depois desses 15 dias, essa mesma equipe me disse que eu poderia voltar a minha vida normal, trabalhar, dirigir, seguindo a risca as orientações médicas nutricionais.
Então, já que eu poderia dirigir, fui com a minha mãe de carro até o consultório, mas eu não estava tão confiante assim, não estava me sentindo bem, estava estranha, não sei explicar. Foi aí que no meio do caminho, minha mão começou a formigar, minha boca entortar por conta também do formigamento, aliás, tudo formigava, minhas pernas, uma sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. E para quem conhece São Paulo, eu moro na zona norte, e o consultório é na zona sul, ou seja, atravesso a cidade pelas marginais tietê e pinheiros. Quem conhece sabe que grande parte desse trecho não tem nem posto de gasolina. O desespero aumentava cada vez mais.
Parei em uma loja de conveniência perto do jockey, comprei gatorade e um polenguinho e fiquei um tempo parada no carro. Detalhe: minha mãe não dirige. Eu não sei como consegui chegar no consultório, eu estava branca, a ponto de desmaiar, mas eu rezava tanto, pedindo para me manter em pé porque minha mãe ia ficar mais nervosa do que já estava.

Quando cheguei no consultório minha mãe disse a secretária que eu não estava passando bem e que gostaria de pedir para que me atendessem o mais breve possível, e aconteceu tudo ao contrário. Demoraram HORRORES para me atender, minha boca cada vez mais torta, eu não tinha mais controle nas minhas mãos, estava tudo muito desesperador. E enfim fui atendida depois de infinitos 20 minutos de espera por 2 médicos que são cirurgiões também, que auxiliam o Dr. José Afonso Sallet na mesa cirúrgica. Minha pressão estava 18/10, e eles falaram na maior calma do mundo: "Porque você não foi direto para o hospital?" Oi? Eu não sei nem como eu cheguei lá, eles tinham mais que obrigação de me atender e me dizer o que eu tinha.
Então, eles me mandaram para o Hospital Alvorada, deixei meu carro no estacionamento do consultório e fui de taxi.
Depois o meu irmão e o meu tio foram até o consultório buscar meu carro.
Mais demora no atendimento. Quem passa mal sabe o quanto é infinito 1 segundo de espera. Fiz exames de sangue, doppler nas pernas (para checar se eu tinha indícios de trombose) e tomografia do abdomen. Graças a Deus eu não tive nada grave, eu estava APENAS totalmente desidratada. Tomei alguns saquinhos de soro e já me sentia outra pessoa.
É gente, eu falo APENAS porque vocês não sabem que o pior ainda está por vir contar.

Com tudo isso acontecendo, nesse mesmo dia, foi o show mais esperado da MINHA VIDA, o show do Bon Jovi. Comprei os ingressos no primeiro dia, e os médicos me disseram que se eu ficasse sentadinha dava para ir ao show tranquilamente. Os ingressos foram comprados antes da cirurgia. E no dia do show eu não me sentia bem e foi aí que fui parar no Alvorada. Só passava o Jon na TV e eu chorava de tanta raiva por não poder ir ao show. Foi revoltante.



Aí, cada dia que passava eu não conseguia enxergar vantagem em ter feito essa cirurgia, e ficava mais triste. Só EU sei os sentimentos que passam tudo de uma vez na nossa cabeça.
Meu bem-estar estava cada dia mais distante pra mim...

E nesse tempo todo, eu estava de licença médica, e tirei alguns dias de férias que estavam pendentes, assim eu me recuperava melhor e voltaria com força total ao meu trabalho. Isso tudo foi o que imaginei ANTES da cirurgia. NADA aconteceu como eu previa. Absolutamente nada.

Gente, vou contando em lotes para vocês tá?! Assim o blog não ficará tão chato quanto uma novela mexicana! rs

2 comentários:

  1. Prima, voce foi um exemplo de superação, de força, de vitória para todos nós.
    Me lembro muito bem no dia em que fui te visitar, que estava super abatida, triste e com dores.
    Rezei muito por voce, pela sua saúde, e hoje vejo como está feliz e linda, mais do que nunca!
    Te amo muito, e poderá contar conosco sempre!!!!!

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  2. Tô acompanhando todos os posts Tatita!!! MInha mami lê comigo! bjs!!!

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