terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Quarto Mês: Quarta semana

Muitas pessoas estavam cobrando esse post, já que semana passada não consegui postar por pura falta de coragem de relembrar momentos difíceis que passei. Era só começar a escrever e a choradeira começava. Não foi fácil em momento algum, mas só de receber o carinho de vocês na hora certa da minha vida, faz com que eu escreva com mais carinho.

Agora me contem, o que estão achando de tudo? As pessoas que são "reduzidas" só contam a parte boa né?! As dificuldades ficam esquecidas rapidinho quando subimos na balança e vemos os numeros diminuirem.

Quem quiser conhecer tooooodos os capítulos, é só clicar AQUI.


Depois que estava instalada no quarto 1037, com a notícia que eu estava totalmente desnutrida, em um quadro de semi paraplegia e sem previsão de alta, a minha única saída era me dedicar a cada passo do tratamento para que conseguisse voltar a minha vida frenética. Mas eu estava totalmente fora de órbita, não sei se por conta da doença ou por sei lá o quê, eu não tinha noção do que estava acontecendo. Pra mim, correr o risco de ficar paraplégica não era o fim do mundo. Fui eu que escolhi fazer a redução de estômago, eu que escolhi quais os médicos que me acompanhariam (e que merd* de escolha), enfim, eu estava ali porque eu fiz escolhas erradas, e se ficar sem andar era a punição por ser apressada, paciência. Era isso que eu pensava.
Chegou então a segunda-feira, dia do tenebroso exame, eletroneuromiografia. TODO MUNDO, inclusive meu neurologista fofíssimo, disse que era um exame bem chato e nada confortável.
Uma vez eu fui levar minha mãe para fazer esse exame e ela chegou no carro chorando horrores, dizendo que ela tinha feito o pior exame da vida dela.
Então, a Lucimar, outra enfermeira querida, linda e fofa, me levou para fazer esse exame e disse que era meio chatinho mesmo, mas que era rápido. Eu fiquei apavorada, porque eu sentia muitas dores nas pernas e fazer um exame doloroso para mim, naquele momento era desesperador. Cheguei na sala do exame, a Lucimar pediu ajuda para um outro enfermeiro para me colocar na maca, porque eu fui de cadeira de rodas.
Quando cheguei e fui acomodada na maca, o senhorzinho que iria fazer o exame mal olhou na minha cara, não explicou como era o exame e só confirmou os meus dados. Fiquei mais apavorada ainda, porque a Lucimar não ficaria lá na sala. Tentei então puxar a conversa com ele e o senhorzinho começou a ser mais simpático e assim, eu fui me acalmando. Fiz a eletroneuromiografia dos membros superiores e inferiores.
O senhorzinho ligou os aparelhos, pegou uma agulha com uns 10cm, um potinho com água e uma plaquinha com eletrodos.
Ele comecou a puxar assunto, e disse que eu iria sentir uma picadinha quando ele colocasse a agulha em determinados pontos dos meus braços, quando eu menos percebi ele me deu um choque!!!!! Gente do cééééuuu!!! Eu dei um grito! hahahaha
Aí, peguei o jeito, o velhinho me furava com a agulha gigante, depois molhava o eletrodo, apertava um botão insolente no computador e o choque vinha. Deus meu! Que coisa mais desconfortável! Eu acho que fiquei mais assustada do que com dor.
Foi quando ele fez o exame nos braços e começou a balançar a cabeça com sinal negativo. Eu estava tão apavorada que não quis perguntar o motivo da decepção dele.
Ele perguntou qual a minha idade, o que eu fazia, e porque decidi reduzir o estômago.
Quando mais uma vez ele parou de falar, ficou com a cara mais séria ainda e balançou a cabeça com sinal negativo.
O senhorzinho já estava fazendo os exames nas pernas e eu NÃO SENTI NADA!
Foi aí que perguntei para ele se nos membros inferiores ele não colocaria a agulha, e ele disse: "Eu já coloquei". Gente, é impossível você não sentir aquela agulha monstruosa te furando.

O que aconteceu? Entrei em uma crise de choro, parecia a Maria do Bairro chorando incansávelmente. Não conseguia acreditar que eu não senti os choques, muito menos as agulhadas. Depois de tudo isso entendi porque o velhinho examinador balançava a cabeça.
Saí da sala e ele me desejou sorte.
Estava precisando mesmo. Fui conversando com a Luci e ela me acalmando, tadinha, imagina, tem que aturar uma louca chorando o tempo todo. Cheguei no quarto super arrasada, contei para mamys e ela se manteve na elegância, dizendo que tudo iria ficar bem e que ainda iríamos ouvir que era reversível.
Todas as enfermeiras fofas foram lá durante o dia me consolar, dizendo que muitas vezes era normal, mas que não era para eu sofrer antecipadamente. Mas eu não conseguia gente. Era mais forte que tudo. Sabe porque? Porque a ficha caiu. Eu realmente poderia pagar um preço muito alto por tudo.

Meus amigos e familiares iriam me visitar e saíam de lá chorando, arrasados, porque tudo estava indo contra a minha recuperação. E pra mim, a vida que tenho hoje, um ano depois era muito distante.
Eu só saberia o resultado do exame no dia seguinte, quando todos os meus super médicos heróis viessem.

Enquanto isso, eu estava com o intestino totalmente travado, mais de 10 dias sem evacuar, até porque eu não comia né? E minha nutróloga dizia que se eu não evacuasse em alguns dias, eu teria que fazer outros exames mais específicos e claro, lavagem intestinal. Mas toda vez que ela vinha com essa notícia eu dizia para ela que alguns alimentos sempre "soltavam" meu intestino e que brevemente eu iria ficar um tempinho no banheiro. Aí, ela pedia para a nutricionista me visitar e mudar todo meu cardápio, atééé eu conseguir evacuar. E com a graça de Deus, depois de 13 dias, eu fui na casa do Pedrinho (lembram DESSE COMERCIAL?)!!!!!

O dia seguinte chegou e o Dr. Luis Fabiano foi confirmar a notícia.
Eu estava com Polineuropatia carencial grave.





Só me restava rezar.

7 comentários:

  1. Cada capítulo desta história me deixa impressionada. Que sufoco vc passou, né? Ainda bem que sabemos que você saiu desta!

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  2. Pois é! Foi um sufoco mesmo! Mas, Graças a Deus, no final deu tudo certo!!!
    Beijosss!

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  3. Nossa tati quero saber o resto dessa historia quando vc postará o proximo capitulo

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  4. Poxa, Tati, vc passou por uma barra...
    Só uma coisa que queria entender melhor a polineuropatia você desenvolveu por não conseguir se alimentar direito no pós-cirúrgico ou por algum erro médico?
    Mas, sua primeira equipe médica foi muitoooo displicente... aff... ninguém merece!!!
    Ainda bem que você está bem!
    Beijos
    Bela

    http://emagrecendobybeauty.blogspot.com

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  5. Oi Bela!
    Eu adquiri a polineuropatia porque eu não comia praticamente NADA durante o dia, e por isso entrei em um quadro gravíssimo de desnutrição, e como os nutrientes não eram absorvidos pelo organismo afetou meu sistema neurológico dos membros inferiores.
    Mas agora estou zero bala!!! :)
    Beijos,
    Tati

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  6. Meninas, o próximo capítulo sai na segunda-feira!!! Aguardem!!!
    Beijos,
    Tati

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