quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quinto Mês: #1

Demorei para voltar a contar minha estória né?! Mas voltarei com tudo!
Essas recordações mexem muito comigo, e como hoje ao encontrar um colega de trabalho fiz um resumo, lembrei que não atualizava essa tag há algum tempo.


Gostaria de saber o que vocês estão achando do blog, o que gostariam de ver mais por aqui, me ajudem a deixar esse cantinho cada vez mais com a cara de vocês!!!
Como voltei ao trabalho faz 2 semanas, estou completamente voltada ao mundo dos cosméticos, então, acho que isso justifica tantos posts sobre esse assunto nos últimos dias!


No começo do mês de Janeiro de 2010, eu havia ido até o INSS, já na cadeira de rodas solicitar uma carta do perito autorizando meu afastamento, porém um dos atendentes havia me dito que eu precisaria, além de todos os laudos que eu tinha em mãos, de um laudo ortopédico, já que eu não estava andando mais. Então, ele me deu mais 20 dias para voltar com o laudo e foi nesse meio tempo que me internei.
O final de Janeiro já estava chegando e o departamento de RH da empresa entrou em contato com o INSS e eles pediram para que algum familiar fosse no dia e horário marcado da perícia levando um laudo médico no papel timbrado do hospital, informando brevemente o motivo da minha internação e uma estimativa de alta.
Confesso que quando informei isso ao meu neuro, esperava ansiosamente por pelo menos uma data de alta, e infelizmente ele ainda afirmou que tínhamos muito trabalho pela frente e que ninguém da equipe poderia me prever uma data.
Fiquei super chateada, mas ao mesmo tempo pensando que tudo dependia da minha força de vontade, que não eram só os medicamentos e as fisioterapias que me ajudariam, minha cabeça também seria um mecanismo importantíssimo naquele momento.
Foi aí que meu papi veio a minha cabeça. Ele passou por momentos infinitamente piores que o meu e eu ficava sempre imaginando o que ele me diria naquele momento. E acreditem, a voz dele vinha na minha cabeça dizendo: "Para de preguiça baianinha!" - "...Ouça o que eu estou dizendo, corra atrás do prejuízo e depois não diga que deixei de te avisar..." - "...A vida não é fácil, mas temos que seguir em frente com fé e otimismo, não desista!"
E escrevendo aqui para vocês, a imagem do gordinho mais lindo do mundo vem a minha cabeça e meus olhos se enchem de alegria!!!
Era uma recarga energética pra mim lembrar do meu pai.


Bom, então recebi o laudo do médico conforme solicitado pelo INSS e minha super prima Wanessa foi me representar e entregar a documentação. Nesse momento, o atendente disse que um perito iria fazer a avaliação diretamente no hospital e que poderia levar até 20 dias. Meu neuro disse que era para eu ficar tranquila, porque com certeza eu não sairia antes dessa data. Depois de 1 semana, o senhorzinho perito super fofo foi em pleno sábado me visitar. Bem na hora da fisioterapia. A Lis (enfermeira chefe) entrou no quarto e informou ao perito que se ele quisesse ver minha pasta de internação que ela estava disponível para atendê-lo. E ele disse que não era preciso. Confirmou alguns dados, pediu para eu tentar fazer alguns movimentos, me desejou boa sorte e disse que eu receberia uma cartinha em casa com o resultado. Bom, um problema a menos.


Alguns dias se passaram e eu ainda de tala no pé esquerdo porque tinha luxado na última queda estava fazendo feridas no meu pé, além de começar a ter dores insuportááááveis nas pernas. Sabe dor de osso quebrado? Pois então, era assim. Fortíssima. Eu chorava tanto que as lágrimas não paravam de rolar. Até que pedi para o enfermeiro da noite, o Marcos (um gentleman), pedir para algum ortopedista me avaliar, porque estava doendo demais aquela tala.
Marcos então recebeu a autorização para que eu fizesse um novo raio-x para checar se estava tudo bem com o pé e quem sabe me livrar daquela tala insuportável. Desci para o PS, fiz um novo exame, retiraram a tala e infelizmente ainda não estava no momento de deixar de imobilizar a pata esquerda. E lá se foi mais uma semana. Eu já não conseguia mexer as pernas, com aquele gesso todo então, era desanimo na certa.


Com as minhas reclamações de dores eram constantes e o Tramal não estava dando conta do recado, mesmo mudando as dosagens e horários as dores eram insuportáveis, foi então que a equipe médica decidiu incluir entre os intervalos do tramal a Morfina.
Nossa, com esse coquetel analgésico eu sentia muito sono, e o melhor de tudo é que a dor ia embora! 
Parecia que com essa dupla eu ia me dar bem! As dores acabando e com isso meu humor voltando.
Eu ficava com um acesso no braço e a cada 4 dias tinha que trocar para não prejudicar a veia. Ainda faltava um dia para trocar de veia e o acesso deu problema, meu braço começou a inchar e ficar muito roxo. O Dr. Jean (Infecto) pediu para trocar imediatamente o acesso para o outro braço, mas antes disso, pediu um doppler do braço esquerdo, onde ficou roxo para ver se não agravou o estado das veias.


Eu nunca vou me esquecer desse dia. Foi em uma segunda pela manhã que a enfermeira foi até meu quarto me levar até a sala de ultrassom para fazer o doppler do braço. Só mamy que estava comigo e ela aproveitou a minha saída para dar uma voltinha pelas redondezas do hospital. 
A fofa da enfermeira me colocou na cadeira de rodas e me levou até o PS para fazer o ultrassom, só que meu pesadelo estava só começando.
O enfermeiro que tinha no mínimo 1,90cm e super forte, pediu para que eu levantasse da cadeira e deitasse na maca, eu disse que não sentia as pernas e não tinha força suficiente para fazer o tal movimento e pedi sua ajuda.
Ele me colocou com muito sacrifício na maca e meu coração disparou porque ele quase me deixou cair.
O médico veio, fez o doppler, disse que estava tudo bem, Graças a Deus e disse que o enfermeiro voltaria para me colocar na cadeira.


Ele voltou. Pediu novamente para que eu levantasse e me dirigisse a cadeira. Falei novamente que não andava e ele disse que era para me esforçar, foi aí que ele me deixou CAIR NO CHÃO.


Eu nunca me senti tão humilhada em toda minha vida. Eu queria um buraco para me enfiar, fingir um desmaio, sei lá... Caí de cara no chão com o avental todo aberto e pra piorar a situação, de fraldas. 
Não conseguia respirar e falar, eu só chorava. Como um profissional deixa um paciente cair no chão gente????
O tal enfermeiro não conseguiu me tirar do chão e disse que era para eu ficar lá, sim, jogada no chão que ele iria chamar ajuda. Ele veio com outro enfermeiro que tinha a metade do meu tamanho. Não preciso nem dizer que eles NÃO conseguiram me tirar do chão.


Vocês fazem idéia da vergonha, constrangimento e infelicidade que senti?


Os dois enfermeiros perceberam que não me tirariam dali e chamaram o médico que fez o doppler em mim para ajudá-los e quando ele me viu, ficou muito bravo! Falou tanta coisa que no meu momento desesperador não consigo me lembrar. O médico e o enfermeiro mais alto me carregaram, enquanto o mini enfermeiro segurava a cadeira de rodas.


A enfermeira do meu andar foi me buscar e quando me viu em prantos na cadeira perguntou o que havia acontecido e quando contei ela desacreditou!!! Não é para menos também!
Imediatamente ela chamou a chefe do departamento de ultrassom, a assistente social e uma das pessoas da ouvidoria para que eu relatasse o que havia acontecido.
O andar inteiro, de todos os turnos ficaram muito chateados e bravos com o que aconteceu e iam me ver a todo instante no quarto. Ficaram sentidos tanto quanto eu.


Quando minha mãe entrou no quarto e eu contei pra ela, gente, ela queria voar no pescoço do enfermeiro, com toda razão né?


Os médicos também, neuro, infecto, nutri e nutro ficaram atordoados com a notícia e todos abriram uma reclamação com o ocorrido.


O Fê então? Até hoje quando ele me acompanha nas consultas ele lembra do tal enfermeiro e pede para que se eu encontrá-lo para que eu mostre quem é. Visualizaram?




4 comentários:

  1. Nossa Tati, que sufoco mesmo hein? Acompanho sua história aqui e tento me colocar no seu lugar. Que barra você enfrentou! às vezes eu acho que a cirurgia traz um "sofrimentozinho" básico mas ter que lidar com complicações sérias como vc teve não tem comparação.
    Que bom que vc está bem, linda e feliz hoje.
    Bj

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    1. Oi Daniela! Foi um sufoco mesmo viu! Fico contente que sempre está por aqui!!!
      Foi super difícil, mas lembrando tudo que passei agradeco cada vez mais por estar tão bem!!!
      Beijooos,
      Tati

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  2. eu quase nunca tenho tempo de comentar mas leio sempre e a cada dia sou mais ainda sua fa numero 1, tive o prazer de te conhecer pessoalmente apesar de rápido mas agradeco a oportunidade, te acho uma guerreira e quem te ve hoje em dia nem em sonho imagina o que voce passou, parabens menina vc é exemplo para muitas, continue firme contando sua estoria que com certeza muitas leitoras silenciosas precisam dessa forca... beijos e me de sempre a honra da sua amizade...
    Rachel Alves
    www.repliquemarcas.com.br

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    1. Rach, que delicia ler seus comentários assim! Mesmo sabendo que sua vida nao corre, voa, vc vem aqui e deixa uma mensagem super especial!
      Tenho muito orgulho de ter oportunidade de te conhecer! vc e muito especial! precisamos nos ver antes de voltar para a terra da rainha ein!
      Um super beijo!
      Tati

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