quarta-feira, 14 de março de 2012

Quinto Mês: #2

Eu sei que tenho que postar mais vezes sobre essa fase pós-cirúrgica, tentei escrever várias vezes anteriormente, mas a emoção foi tomando conta e acabava deixando de lado. Não quero que essa tag seja mais um capítulo de novela.

Para você que está chegando agora aqui no blog, muito bem vindo e se quiser saber tudo que já contei aqui sobre minha recuperação, é só clicar AQUI!!!

Depois que o super enfermeiro (só que ao contrário) me deixou cair e fiquei estatelada no chão feito uma jaca, fiquei muito sensível emocionalmente, não queria conversar muito com as pessoas, porque esse trágico momento me deixou muito vulnerável, me entendem?
Minha fisioterapeuta, a Oda veio em uma das sessões para me animar disse que começaríamos a tentar ficar em pé, já que estávamos há quase 2 meses fortalecendo a musculatura e treinando o equilíbrio, mas por ter ficado muito tempo no máximo deitada e com as costas apoiada na cama ou na poltrona, era necessário ela me colocar em uma espécie de maca que tem vários cintos, na canela, coxas e tronco para segurar o paciente. Essa maca era ligada na tomada e com um controle remoto a Oda ia levantando a maca e eu ia ficando em pé, para que meu organismo voltasse a se acostumar com essa posição, que era nova naquele momento.
Nesse dia, minha mãe ia passar o dia em casa pois precisava organizar as coisas porque meu irmão estava ficando sozinho o tempo todo.
A tarde, meus tio Marcelo, minha tia Conceição e meu primo Thiago, foram me visitar com uma bandejinha de comida japonesa! Nossa! Vocês não acreditam na felicidade que fiquei! E acreditem, eu comi quase tudo! Que para aquele momento era uma raridade! Nós fomos conversando e eu fui comendo! Foi uma tarde maravilhosa!
Depois, minha super-hiper-mega tia carinhosa fez massagens nas minhas pernas para me ajudar a estimular a sensibilidade. Viu como minha família é maravilhosa?! Poxa vida, me orgulho tanto dela! Todos tão preocupados um com o outro, um carinho, um amor, que só vendo viu! Sou eternamente grata pela família que Deus me deu! Eu provavelmente não escolheria tão bem!!!
Meu tio Marcelo, é o irmão mais novo do meu papis, e me sinto muito segura ao lado dele! Quando eu era criança, vivia na casa dos meus avós paternos e como ele foi o último a se casar, nós dividíamos o quarto quando eu estava lá! Tadinho, chegava tarde da noite da faculdade e a doidinha de pedra aqui o acordava para me ajudar a pegar um copo d'água. Coisas de criança né!?
E quando a Oda chegou com a maca que mais parecia um instrumento de tortura, fiquei gelada, com medo, insegura, e Graças a Deus, eles estavam lá e me encorajaram demais!

A sensação é muito estranha, você está em uma posição horizontal e conforme a Oda ia acionando a maca ela ia levantando até ficar completamente na vertical, como se eu estivesse em pé. Só que depois de meses em uma posição, seu corpo vai se adaptando e com essa nova postura, mesmo amarrada por cintos, fiquei com muito medo. Senti tontura, me deu náuseas, minha pressão baixou, olha, só não foi pior porque meus tios e meu primo estavam lá para me apoiar. A fisio então disse que esse procedimento só poderia ser feito uma vez ao dia, já que eu tinha duas sessões de fisio. Era um intensivão!
Meu tio e meu primo nos ajudaram a me colocar na maca, me acalmei e depois que estava tranquila, eles foram embora. Foi uma sensação estranha, tive outra impressão olhando as pessoas na mesma altura dos olhos sabe?!
No final, quando tudo terminou e eu estava sozinha no quarto foi uma avalanche de sentimentos em segundos. Fiquei feliz por ter evoluído na fisioterapia e fiquei triste porque aquele ainda era a estrada que eu tinha que percorrer para dar literalmente o primeiro passo.

No período da manhã treinávamos o equilíbrio, eu ficava sentada na cama, sem o apoio nas costas e com os pés no chão, na verdade, apoiados em uma almofada. Então, eu segurava um bastão e a Oda ia puxando, para que eu inclinasse o tronco para frente. Afff como eu tremia! Mas eu tinha que ser forte, tinha que me esforçar porque minha recuperação dependia 99% da minha força de vontade!
Por estar fazendo muito mais exercícios, as dores nas pernas começaram a ser muuuuito frequentes.

Já quebrou algum osso? Pois então, dor neurológica é a mesma dor de quando você quebra algum osso. Eu já quebrei o pé então posso mais que afirmar.
Meu neuro ficou preocupado, diminuiu os intervalos das doses dos remédios e pediu uma ressonância magnética, para ter certeza que não havia mais nada de errado.

A tal da maca, lembra essa cadeira que a Luciana da novela Viver a Vida usou. Lembram?

2 comentários:

  1. Que luta! Eu não consigo imaginar o que vc sentia na época. Sinceramente devia ser uma constante avalanche de sentimentos. Ainda bem que vc tinha apoio, e mais que isso, força interior, para continuar lutando e acreditando. Bjo!

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    Respostas
    1. É Thais, não foi fácil messssmo! Mas Graças a Deus, tenho a oportunidade de contar tudo a vocês e alertar as pessoas. Essa cirurgia não é simples e está sendo banalizada por muitos médicos. Assim, todo mundo toma a decisão corretamente!
      Beijos!

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