segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A Gestação

Oi gente!
Como sei que vocês adoram uma novelinha, vou começar a contar como foi a minha gestação. Acredito que muitas mulheres que já fizeram a cirurgia bariátrica, pensam como é a gestação e a maternidade de uma pessoa "reduzida".

Como vocês bem sabem, tive sérias complicações no pós operatório da redução (quem quiser ler, está tudo AQUI), foram várias internações e a reabilitação motora foi muito dura. Mas, com a graça de Deus e dos médicos, voltei a ter uma vida normal, e a que eu sempre sonhei, magra!
Então, mesmo depois de voltar a andar sem auxilio de andador e bengala, eu continuava tomando remédios neurológicos para enfim eliminar de vez a polineuropatia que me acompanhou por longos meses. Comentando um pouco sobre a minha vida "íntima", eu me protegia usando o adesivo anticoncepcional, o Evra, usei por pelo menos 6 anos e nunca tive problemas, meu ciclo era bem regradinho como com qualquer outro meio contraceptivo. Até que comecei a tomar os remédios neurológicos e eles diminuíram a eficácia do anticoncepcional. Bom, confesso que nem passava pela minha cabeça que isso poderia acontecer, já que usei por tantos anos meu amado Evra. Até que, chegou o momento da pausa, eu retirava o adesivo para ficar os 7 dias para vir aquele incômodo do ciclo menstrual. Pois passou, segunda, terça, quarta, quinta, eu comecei a ficar meio tensa...hahaha, falei para o Fê que se até domingo esse tal ciclo não chegasse, que já era para ele começar a estocar fraldas, hahaha meio tenso isso mas, no fuuuundo eu estava meio estranha. Estava super ansiosa pois iria fazer uma viagem a trabalho, e era a primeira super oportunidade que havia tido na empresa, então queria que tudo saísse perfeito. E o Fê dizia que eu estava tensa, e só podia ser por isso que o ciclo não estava se manifestando! rs Óh céus! Eu queria acreditar nisso, mas no fundo eu já estava desconfiada. Pois passou sexta, sábado e domingo. Na segunda-feira eu já teria que voltar a colocar o adesivo. Acordei na segunda suuuuper ansiosa e fui direto ao banheiro, e.... NADA! Pensei então: "Poutz, tô grávida mesmo, agora já era! O que eu vou fazeeeerrrr???"

Cheguei no escritório e contei para duas amigas e elas insistiram para eu dar um pulo na farmácia no horário do almoço para acabar de vez com essa curiosidade, e eu disse que não, porque eu tinha certeza que estava grávida e eu não iria conseguir me concentrar depois dessa notícia e eu precisa trabalhar. Pois passou o dia, e parei na farmácia onde eu sempre comprava meus remédios neurológicos e conhecia todos que trabalhavam por lá. Até me questionaram o que eu estava fazendo por lá sendo que já havia comprado todos os remédios na semana anterior. Foi quando pedi um teste de gravidez e quando peguei me deu um nervoso que pedi para usar o banheiro da farmácia para fazer o teste.



POSITIVO.
Primeira sensações: silêncio, medo, insegurança, choro e mais choro.
Me questionei um zilhão de vezes em apenas 1 minuto. "Eu, mãe? Como assim?", "minhã mãe vai me matar".
Em nenhum momento passou pela minha cabeça que o Fê iria me desamparar, nossa estória não era qualquer estória, tínhamos um amor de 12 anos, e mesmo que não desse  no primeiro momento ficar juntos, morando na mesma casa, eu tinha certeza que ele estaria ao meu lado o tempo todo.
Contei pra ele, e claro, ficou super emocionado, feliz, e tentando me acalmar. Fez a maior declaração de amor que uma mulher poderia receber, e assim fui me tranquilizando. Mas mesmo assim, fiz outro teste e também deu positivo. Pensei que eu ia chegar em casa e iria estar estampado na minha cara que eu estava grávida, não contei para minha família, eu tinha que correr para falar com o meu neuro para checar o que eu tinha que fazer.

Marquei uma consulta super urgente, ele graciosamente me atendeu e me disse que eu deveria para imediatamente de tomar todos os remédios porque eles poderiam causar má formação no feto. Meu coração parou. Conversamos muito e ele disse que era para eu ficar tranquila, pediu para eu fazer o meu acompanhamento também com a nutróloga e me indicou um obstetra especializado em parto de risco, já que com todo aquele histórico, não saberíamos como seria a gestação. Mais uma vez meu coração parou.
O médico disse que eu sentiria dores no primeiro momento, mas que eu ia ter que me acostumar porque não havia chances de tomar aqueles remédios super fortes.
No dia seguinte fui fazer o exame de sangue que sairia no mesmo dia o resultado, e o Fê iria buscar. É, eu estava grávida mesmo. No final de semana contamos para a nossa família e alguns amigos e assim começamos nossa vida a 3. Meu coração mais tranquilo, feliz e disposto a tudo para ter um bebê saudável.

Como as pessoas reduzidas não absorvem todos os nutrientes dos alimentos, temos que fazer por toda vida a reposição com medicamentos, passei com a nutróloga e ela me receitou um polivitamínico mais potente para absorver durante a gestação.
No primeiro trimestre, eu fiz o exame de vitamina B12 que era o meu terror, sempre era muito baixo e eu tinha que tomar uma injeção (doídaaaa) todos os meses. Mas, por incrível que pareça, depois que engravidei, minhas taxas ficaram maravilhosas e não precisei mais de tomar injeção! Ufa!!!!
No começo eu sentia muitas cólicas, sede e tinha refluxo. Mas tudo vai passando conforme o bebê cresce.
Na primeira metade da gestação eu sentia muito enjoo mas depois que eu me alimentava, nossa, eu passava super mal, e então eu quase não engordei. Na verdade, até os 6 meses eu engordei 4kg. Mas depois, só Deus na causa, engordava uns 3kg por mês!
No total eu engordei 14kg, e os eliminei em 2 meses. Com a amamentação, você emagrece bastante.

Gente, eu tive a gestação mais tranquila que uma pessoa pode ter, nada de preocupante, tudo o que uma gestante tem. Algumas náuseas, sono, dores nas costas e pés inchados.

Em um outro post, conto para vocês como foi a emoção na reta final e finalmente conhecer o meu delícia cremosa!!!!!

Beijos!!!

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