quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Terceiro Mês: Parte III

Gente, prometo que o lado obscuro do meu pós-operatório está perto do fim!
Mas, gostaria de dizer escrever a vocês que infelizmente nessa fase eu não tive um momento tranquilo, que foi bem difícil mesmo, e quero reforçar a cada parágrafo o que um descaso médico pode causar na vida do paciente. Sei que pode estar parecendo meio novela mexicana, mas estou contando tudo o que aconteceu, e posso garantir a vocês que depois de um inverno tenebroso, virá uma primavera cheia de flores!
Quero deixar aqui meu super beijo especial para a Thais, fofíssima que mora na Angola e tem um blog incrível, o Expatriada Desesperada! Passem lá viu! Ela escreveu com tanta delicadeza seu ponto de vista que sinceramente não o vi com outros olhos a não ser com carinho e preocupação! Um beijo viu! :)

Quero informar também que cada caso é um caso, e que qualquer sintoma diferente do esperado não é normal. Procurem outras opiniões, façam mais exames, isso nunca é demais. Olha, meus primos fizeram a redução de estômago e não tiveram nenhum problema. E foi a cirurgia aberta, aquela que abre quase metade do abdomem. Minha prima Wanessa já nos deu uma entrevista e se quiser rever é só clicar AQUI.

Então, continuando a mais um capítulo...
Como eu disse no post anterior, cada dia me sentia mais fraca e o formigamento nas pernas e nas mãos também aumentavam. Como eu não queria nem ouvir a voz da equipe do pós, eu estava aguardando a consulta com o médico dos meus tios que seria logo após as festas de final de ano, então eu me "auto-diagnosticava" achando que o formigamento era porque eu ficava muito tempo deitada e me movimentava o mínimo possível.
As quedas foram ficando mais frequentes, eu caía escovando os dentes, tentando me levantar do vaso sanitário, no trajeto sala/cozinha/banheiro, não conseguia nem atender a porta.
Nesse período o meu irmão foi muito importante pra mim. Não que meus outros familiares ou até mesmo minha mãe que estava conosco no dia a dia não fosse importante, mas como ele é forte e alto, em todas as minhas quedas, ele me ajudava a levantar. E quando ele não estava por perto eu não saía do lugar.
Tinha hematomas por todo corpo, qualquer pressão, mesmo sem a queda, eu ficava roxa. 
Meus cabelos caíam cada dia mais, estavam sem brilho e com uma textura totalmente diferente do que ele era. Muito enrolado.

Eu sempre tive olheiras, isso pode ser até genético, porque meu pai também tinha, mas elas estavam mais roxas, parecia que meu olho estava mais fundo também.
A alimentação eu não vou nem comentar, porque vai ficar repetitivo, só ingeria frutas azedas e água.

Em um dos finais de semana meu irmão foi viajar com a minha cunhada e quando voltaram eu estava na sala, fui ao banheiro e quando voltei perdi totalmente o equilíbrio e desabei. Fiquei com tanta vergonha, minha cunhada vendo aquela situação super chata sabe... As pessoas ficam até sem graça né?
E então, depois do super barulho, eles vieram ao meu encontro super assustados e eu percebi que não conseguia mais me levantar sozinha, fiquei apavorada, minhas pernas já não obedeciam aos comandos e eu só conseguia me mover com ajuda. Humilhante.
Para subir as escadas a noite, meu irmão praticamente me levava no colo os 13 degraus. Sim, eu contava todos os dias, parecia tudo tão infinito. Mas o pior era subir as escadas, porque quando acabava o corrimão eu sempre caía. Aí, tive que desenvolver uma técnica, quando chegava no último degrau eu me sentava e ia engatinhando até a cama, depois eu me agarrava na cama e ia escalando para conseguir deitar/sentar.
Foi então, que meu irmão percebeu toda minha dificuldade e quando eu chegava no último degrau, ele me pegava no colo e me levava até a cama.




E eu só pensava...
O Natal seria na próxima semana e eu naquele estado lamentável. Uma data que eu amo tanto, não tinha nenhuma graça para mim.

Se quiser ler os outros capítulos é só clicar AQUI!

2 comentários:

  1. Tô confusa! Não sei se começo o comentário gritando "Yeyyy", e super agradecendo pela lembrança, ou dizendo "Nooooossa" e ficando chocada com a situação que vc tava vivendo. Estive assistindo uns documentários sobre anorexia, e muito do que vc diz que tá vivendo, eram sintomas pelos quais as meninas passavam. Estou esperando vc contar o seu diagnóstico preu ver se uma coisa tem a ver com a outra. Bjo!

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  2. Eu presenciei o pré operatório, fui as consultas iniciais com ela, aconselhei, expliquei, porém o que aconteceu com ela foi uma fatalidade, ela sabe o quanto me sinto culpada por tudo isso pois eu indiquei a clínica e os médicos, eu a levei e a incentivei a fazer a cirurgia que foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida.

    O intuito deste blog não é centralizar o sofrimento, mas mostrar como cada organismo reage de formas totalmente diferentes do esperado em suma maioria e o quanto uma equipe médica despreparada pode causar sérios estragos e danos, físicos, motores, morais e psicológicos.

    A falta de atenção da equipe médica é suas consequencias é o que ela deseja mostrar.

    Vi o sofrimento dela, DUVIDEI quando tudo isso começou pq conheço minha prima e sei o quanto ela é manhosa, mas aos poucos foi se comprovando e piorando.

    Graças a Deus ela está aqui de volta, linda .... magnífica ...

    O engraçado é que fiz a cirurgia plástica nesta clínica e tive todos os acompanhamentos necessários e achei até excesso os cuidados da parte do médico que me operou. O que ele me recomendava para passar no corte que foi em âncora e com mais de 200 pontos foi VETADO pela equipe médica dela que trabalham no mesmo local. Minha cicatrização foi perfeita, só tive um probleminha com um ponto mas sabe o que ele me receitou? AÇÚCAR para fechar o corte, e em 2 dias o negócio estava perfeitoso ...

    Acompanhem a saga dela e depois de tudo tirem suas conclusões, não se precipitem em formular opiniões neste momento ... é uma história incrível de luta pela SOBREVIVENCIA dia a dia ... eu presenciei, ninguém me contou.

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